Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus,
para que Ele, em tempo oportuno, vos exalte.
I Pedro 5:6
Orgulho e humildade são níveis de atitude. Ora
estamos no nível do orgulho, ora no nível da humildade. Esses níveis mostram a
maneira como nos relacionamos com Deus e com o nosso próximo. Lúcifer não
reconheceu seu lugar real. Em termos de poder, ele não era nada em relação a
Deus. Era apenas uma gota de água; e Deus, o oceano. Mas a gota de água se
rebelou contra o Oceano. O verso de hoje não diz que a humildade consiste na
desvalorização do homem. Como disse John Graz, "a
humildade mostra nosso verdadeiro lugar em relação a Deus". Já o orgulho mostra que estamos fora do nível estabelecido por Deus.
Existe o nível de Deus e existe o nível do homem. Existe o nível do Criador e
existe o nível da criatura. Quando nos exaltamos, demonstramos insatisfação com
o nível que nos foi atribuído por Deus. Quando nos humilhamos, estamos em
harmonia com Deus e com os nossos semelhantes.O problema do orgulhoso consiste
em não reconhecer outro deus a não ser ele mesmo. O primeiro passo é a
comparação: o orgulhoso se acha melhor. O segundo passo é a contestação:
o orgulhoso não aceita ordens nem conselhos. O terceiro passo é a
autodestruição. O que significa humilhar-se "sob a poderosa mão de
Deus"? Significa viver sob os caprichos de um soberano autocrático?
Significa perder a individualidade? Claro que não. Humilhar-se, nesse sentido,
quer dizer colocar-se nas mãos de Deus. É colocar nossa vida, nossos projetos e
ambições sob a direção divina. Humildade é submissão prazerosa. Quando nos
submetemos a Deus, somos elevados à nossa verdadeira posição: a de filhos de
Deus. Quando não submetemos nossa vontade a Ele, tornamo-nos Seus inimigos.
Inimizade e rebeldia andam de mãos dadas. A rebeldia é um sinal de que a corrente
da submissão se quebrou. A experiência de Nabucodonosor mostra os dois níveis
de atitude a que nos referimos. Primeiro, ele se exaltou acima de todos ao
dizer que era a "cabeça de ouro". Mas nem por isso deixou de ser uma
criatura dependente do Criador. Quando o orgulhoso rei não mais cabia em si
mesmo, foi transformado numa fera do campo. Ficou abaixo do nível em que devia
estar. Mas essa intervenção divina foi necessária para que ele fosse elevado à
sua verdadeira condição: um rei agradecido e submisso a Deus; um soberano
terreno submisso ao Soberano do Universo. Pergunta para reflexão:
Por que a
humildade, e não o orgulho, é o caminho para a exaltação?